domingo, 10 de março de 2013

Psicóloga responde a dramas reais de leitores. Venha ver

A psicóloga Luciana Moreira Leme responde todos os meses as dúvidas de leitores da revista H Magazine. Se você quiser fazer alguma pergunta para a especialista, envie sua questão para o editor da H (helio@mixbrasil.com.br) que ele encaminha. Veja abaixo algumas questões respondidas pela Luciana.

Meu companheiro é soropositivo há cinco anos e toma remédios há três anos, mas ele está querendo deixar de se cuidar, anda meio depressivo. Como posso ajudá-lo?
Jonathas, 31 anos
A depressão é bastante comum em pessoas soropositivo e cuidar dela é da maior importância; os dados estatísticos demonstram melhora no quadro geral em pessoas que vivem bem, com momentos de alegria, prazer. Você pode ajudá-lo, a princípio, procurando profissionais de saúde mental; entendo que a psicoterapia seja imprescindível. Todos os recursos de tratamento disponíveis hoje para pessoas soropositivo melhoram muito a qualidade de vida, além de aumentar muito também a expectativa de vida. Alguns dizem ser possível levar uma vida normal, mas para quem vive essa realidade é muito difícil ver as coisas dessa forma. Com o diagnóstico positivo, a vida passa por uma quebra e cada um terá uma forma específica de lidar com uma nova forma de vida imposta por um vírus. Vivemos com a fantasia da imortalidade, o que nos protege e impulsiona para realizar atividades de diversas ordens, sonhar sonhos... O diagnóstico positivo em geral retira essa fantasia de forma extremamente violenta.  Mas a imortalidade é apenas uma FANTASIA, um mecanismo de defesa, que o nosso psiquismo cria para nos proteger desta dura realidade, a finitude. Faça planos de médio e longo prazo com ele, crie novos sonhos.  Busque novas atividades para o cotidiano de vocês, tente inovar a rotina. Acima de tudo, dê muito carinho a ele. Aproveitem cada dia de vida, e quem sabe um dia estarão frequentando um divertido grupo de terceira idade. Os problemas sempre existirão, mas se minimizam quando coexistem com o bom humor, com prazeres....

Sou casado há dois anos e até hoje minha sogra não conseguiu aceitar nosso relacionamento. Disse que quer ter netos. Será que devemos adotar uma criança para ela nos aceitar?
Marcos, 30 anos
Ninguém existe para satisfazer as expectativas dos outros. São vocês quem define que tipo de relacionamento faz vocês felizes. Um filho é infinitamente mais do que o desejo da sogra. O filho faz parte do desejo de um casal, de amar, educar, de viver uma vida familiar muito específica. Eu acredito muito mais na possibilidade de que sua sogra não aceite a relação homossexual de vocês, do que na suposta infelicidade de vocês não poderem gerar um filho para ela, como uma família tradicional. A sua sogra quer ter netos, o problema é dela, e, portanto, é ela quem tem que resolver...

Eu tenho perdido o desejo sexual, o tesão, no meu namorado. Estamos juntos há três anos e a chama está se apagando, gosto dele e quero continuar, como reacender a chama?
Rafael, 31 anos
Você fala sobre seu desejo sexual, mas e o dele? Como anda o desejo dele por você? Ótimo gostar dele. Vocês têm uma vida afetiva gostosa, afinidades? É bom beijar a qualquer hora do dia? Vocês se beijam e se tocam fora do contexto da cama?
Conversaram sobre isto? Beijos, toques, carícias, mensagens gostosas são parte da sexualidade de um casal, e garanto que são deliciosos... Aumentam o desejo, a auto-estima, aproximam as pessoas. Além disso, em termos de diversão, existem vários métodos à disposição para diversificar relacionamentos sexuais, “instrumentos” muito interessantes...   

Às vezes eu sinto que meu namorado gosta mais de ficar com os amigos dele do que comigo. Como eu posso ter certeza disso? Devo me sentir diminuído, colocado de escanteio?
Anderson, 25 anos
O jeito que você percebe as coisas não é necessariamente o jeito que as coisas são. Sentir não significa ser. Sentir-se preterido, rejeitado não quer dizer que de fato o seja na realidade. O amor e o prazer que sentimos em estar socialmente com amigos é muito diferente do amor, do prazer que sentimos pelo companheiro. O construtivo neste caso é conversar com ele, e dizer como se sente. Mesmo que não seja a única verdade, ainda assim é a verdade dos seus sentimentos, e deve ser considerada. Além disso, eu sugiro que você faça uma reflexão: não é você mesmo que se coloca para escanteio? Você, por algum motivo, se exclui das situações sociais?


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